“Quem é da periferia sabe que a cidade está abandonada”. Esta é a São Paulo de hoje, segundo o articulador Nacional do Funk, Bruno Ramos, um dos milhões de paulistanos que vivem nas comunidades afastadas da capital e militante ferrenho da emancipação da periferia. Não à toa, ele foi o nome escolhido pelo pré-candidato do PT a prefeito da cidade, Jilmar Tatto, para debater o tema nesta quinta (16).

O abandono, ainda na visão de Ramos, é consequência direta das más gestões tucanas nos últimos anos. “O descaso com a nossa cidade está muito grande. A gente precisa de pessoas que realmente se importem com a gestão pública que ofereça qualidade de vida para todos, não somente para o lado rico da cidade. A gente precisa de alguém que esteja à altura das 12 milhões de pessoas que vivem em São Paulo”, completa.

Tatto concorda e aponta os caminhos para que, caso eleito, as demandas da periferia sejam atendidas. “O maior desafio que teremos pela frente será enfrentar a desigualdade. Com a pandemia, SP vai ficar ainda mais desigual e a periferia precisará mais do poder público. Minha proposta é injetar dinheiro por meio da Renda Básica e fazer a economia girar nas próprias comunidades”, esclarece.

Caldeirão cultural

 

Tatto tem reiterado que uma de suas prioridades será fortalecer a cultura da periferia. Neste sentido, inevitavelmente entra o debate sobre o funk, gênero ainda criminalizado pelo estado. “Vamos aflorar esse caldeirão de cultura existente nas periferias da cidade e dar suporte à realização de eventos nessas comunidades. O funk é parte disso e ganhará ainda mais espaço numa gestão petista”, garante o pré-candidato.

Bruno Ramos espera que esse novo projeto de cidade saia do papel e lembra o quanto o governo Haddad deu suporte à cultura da periferia. A dimensão do funk no sentido geográfico atinge mais de 20 milhões de brasileiros, 3 milhões só em São Paulo. Na gestão do Haddad houve um acolhimento do funk. Na época tinha cerca de 800 fluxos de rua. É urgente pensar em políticas de estado para que a gente consiga articular as nossas demandas sem o risco de serem abandonadas na gestão seguinte”, conclui.

Da Redação


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